quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pura Demagogia.

É engraçado verificar a pura demagogia praticada pelos partidos em Portugal e após a entrega do Programa Eleitoral do Partido Socialista uma ideia que fica no ar é a da continuidade e da repetição.

Em 2003 advogavam acabar com cerca de 990 cargos na Função Pública, tal qual relatava o Diário Económico aqui. Tratava-se de uma redução de 15% da massa salarial e da reestruturação de organismos públicos e serviços da função pública. Uma medida anunciada em 2003 e para ser levada a cabo até 2011.

Ora, estando nós em 2011, o PS apresenta uma vez mais esta brilhante notícia na página 51 do seu Programa Eleitoral: "...o próximo Governo do PS eliminará, já em 2011, cerca de um milhar de cargos dirigentes e equiparados".

São compromissos atrás de compromissos que nos fazem duvidar da verdade que representam e deparamo-nos com uma ilusão política e uma demagogia pura e dura. Assim, não vale a pena elaborar Programas Eleitorais decalcados dos anteriores. Pena.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Belo Serviço.

Actualmente, os pais que queiram descontar despesas com os filhos têm que apresentar o número do Cartão do Cidadão dos filhos. Até aqui tuo bem, parece correcto. No entanto, a situação não se altera se o filho ou filha tiver apenas meses de vida. Pelo que os pais são obrigados a levar bébés de meses às higiénicas lojas do cidadão para, presencialmente, levantarem o Cartão de Cidadão que lhes corresponde.

Esta situação é rídicula e absurda. Mas há mais: se o bébé, em questão, não puder "comparecer" e levantar o seu Cartão, o pai ou a mãe apenas têm que assinar uma declaração insólita que autoriza os próprios pais (que, porventura, assinam as próprias procurações) a levantar o Cartão pelos seus filhos.

Nonsense Político

Esta questão das listas do PS e do PSD já está a perder interesse. Tanto é assim que devemos lembrar-nos que estas "listas" não são de todo importantes para as Eleições que se avizinham. Como se delas dependessem a crise que atravessamos ou a situação grave social que assistimos todos os dias nos Telejornais.

Mas quando se chega a este "nonsense" político paramos tudo e damos um passo atrás para ver com mais atenção os "freaks" que se avizinham chegar à frente nesta montra política que invade o nosso país.

Damos como exemplo o Partido Socialista. Nas suas listas temos personagens tão "adoráveis" como o ladrão de gravadores, o senhor Ricardo Gonçalves; o "amigo dos amigos" e homem de patuscadas e trapalhadas na função pública, o senhor Paulo Campos
(link); o já abordado "cabeça de ervilha" Telmo do Big Brother; o acusado "negociador de cargos", o senhor José Lello (link); e ainda o "vira-casacas" e "troca-tintas" que é o senhor Basílio Horta.

Com personagens deste calibre, até Fernando Nobre parece mais nobre e adequado para dirigir este "circo" político que se vai tornar a Assembleia da República.

Um mundo à parte

Este senhor continua a revelar ser de um outro mundo, um mundo à parte em que a realidade não é, de todo, assumida.

José Sócrates esteve na inauguração de uma Escola Secundária em Santo Tirso, ontem, e no seu discurso revelou que acredita piamente que estes três últimos anos serão lembrados como "a maior crise dos últimos 100 anos". Só se esqueceu foi de referir se estava a falar do panorama nacional ou internacional, porque existem grandes crises que abalaram o mundo, sendo que os últimos três anos são relevantes não são, de todo, a maior crise que o mundo alguma vez conheceu, nem a nível Internacional nem a nível Nacional.

Ainda segundo José Sócrates "...só uma boa educação dá uma boa sociedade. O futuro da economia depende do investimento na educação." Ora eu pergunto o que fazer com tanta educação se, depois, não existe saídas de mercado para tanta gente licenciada? É triste ver que ainda se alimentam estes sonhos de que toda a gente deve ter um "canudo" debaixo do braço, sem entender que a resposta está na oferta diversificada que se pode oferecer a esses mesmos licenciados, para não deixar o investimento sem retorno. É fácil colocar milhões em escolas, na maior parte, que não têm valor ou que são pouco consideradas. O difícil está em tentar colocar essas pessoas, anos mais tarde, no mercado de trabalho.

E no fim de contas, deixou esta "pérola": “...O índice de abandono escolar diminuiu de 39 por cento em 2004 para 28,7 por cento em 2010. Portugal foi dos que mais evoluiu em diplomados em ciências, tecnologia e matemática, com 15 em cada mil activos..."

E pergunto eu, onde estão esses diplomados? No estrangeiro,onde há valorização dessas áreas de investigação e onde há dinheiro para investimentos nessas áreas. É triste mas é verdade. Este senhor não vê o erro mesmo à sua frente. Gastam-se milhões em renovações desnecessárias, na maior parte dos casos, de escolas secundárias e primárias, para depois acabarem todos no fim da linha dos centros de desemprego.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Vale a pena lutar pelo Engenheiro?

O PS agora é que se lembrou se "despedir" Teixeira dos Santos?
Vai tarde e a más horas, e da pior forma possível de o fazer, não incluíndo-o nas listas do partido. Triste destino ser amigo e fiel companheiro de guerra de José Sócrates.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Isto anda tudo louco?

Telmo Ferreira pode ser um nome desconhecido para muitos mas se eu disser o "Telmo" da primeira edição do Big Brother, já muitos se lembrarão de quem era este homem que pouco tinha na cabeça a não ser cabelo.


Pois o partido do Estado resolveu incorporar este tipo nas listas do partido para Leiria, onde Basílio Horta é cabeça-de-lista!

Os outros que trabalhem!

A decisão de decretar tolerância de ponto para a função pública nesta tarde de Quinta-Feira Santa custa ao Estado cerca de 20 milhões de euros, titula hoje o "Jornal de Notícias". Os salários dos funcionários públicos custam 9,6 mil milhões de euros, segundo o Orçamento deste ano. Assumindo que cada funcionário trabalha cerca de 250 dias úteis por ano, então meio dia corresponde a uma despesa de perto de 20 milhões de euros.
Os patrões da indústria criticam esta decisão do Governo, especialmente por causa da imagem de absentismo que passa para a troika FMI/UE/BCE que está em Portugal a decidir o resgate financeiro do País. E que bela imagem!

Empate Técnico

Hoje acordei com uma sensação estranha. Uma sensação de "dejá vu". E fez-se luz quando resolvi acender o rádio. Ouvi a notícia que dava conta da primeira sondagem realizada pela Marktest, que resultava num empate técnico entre PS e PSD.


Para além desta terrível notícia, é de notar a queda livre que anda a sofrer Pedro Passos Coelho nos últimos tempos. Decisões erradas que já lhe custaram, pelo menos, 12 pontos percentuais nas sondagens. Tudo não passa de sondagens, números insignificantes mas que, tal como a questão dos ratings, servem para toldar a cabeça de tantos portugueses indecisos ou confusos pela situação que o país atravessa.


Isto, depois de ontem termos visto que 86% dos portugueses acham que a culpa da situação portuguesa é do Primeiro-Ministro em gestão, o Sr. José Sócrates.


Em que é que devemos confiar? Em que números nos podemos fiar? Será assim tão confusa a decisão de dia 05 de Junho? Será assim tão indecisa a população portuguesa votante? Dá-nos a entender que sim. Mas temos que ter, ainda, em conta, a percentagem elevada de indecisos: 36%.


A conclusão que tiro é que PSD não vai conseguir governar sozinho, com maioria absoluta. Vamos, uma vez mais, experimentar coligações e governos partidos ao meio. Decisões que ficam adiadas por falta de apoios e de aprovações. E tudo isto pode fazer travar o país numa situação política já de si tremida demais para um futuro que se avizinha incerto.


E aqui eu pergunto: não conseguem os portugueses olhar para a direita? Verão na direito o mesmo destino incerto que na esquerda? Pelos vistos sim. E a culpa disso tudo tem-na Passos Coelho, que a partir do momento em que sabia que iria a eleições, fez de tudo para errar e voltar a errar. Estudou e preparou-se com tempo para um cargo que até pode vir a ser seu, mas não da forma como ambicionava. Ninguém o apoia dentro do partido e isso é grave demais para ser ignorado. Essa mesma falta de apoio pode gerar uma derrota ou, então, uma vitória magra que levará a dificuldades que o PS pode aproveitar a cada oportunidade que lhe surgir pela frente.


E na maior ambição caí a maior nódoa. Passos Coelho deu tiros em ambos os pés e não pára de se mutilar. Não pára de errar e ninguém lhe diz para parar. E só tem um caminho, agora, que é o de levar avante as suas decisões e responsabilizar-se pelo que venha a acontecer. O mal está feito e lançado. Há que tomar as rédeas e deixar os outros remarem contra a maré poque a corrente, essa, é forte demais e pode obrigar o barco a voltar para trás.


A escolha de Fernando Nobre foi errada. Não o ideal mas o homem. A falta de apoios dentro do partido é preocupante. As mesmas pessoas que o elegeram, hoje viram-lhe as costas e deixam-no sozinho. E se isto acontece antes do Homem assumir qualquer poder ainda é mais preocupante. Pois, como se sabe, é comum ver um homem sozinho quando este está no poder e não quando quer chegar ao poder.


Ao mesmo tempo, o PS e em especial José Sócrates irão, certamente, ver as sondagens de hoje como uma bolha de ar fresco que os fará sobreviver algumas semanas mais. As constantes vitimizações já não funcionam e passaram ao ataque. Hoje soube-se da exclusão de Teixeira dos Santos das Listas do Partido. Fica de fora por opção do partido e isso só faz pensar que Sócrates parece estar a querer, à força, arranjar um bode expiatório, um culpado que saia pela porta pequena para outro ocupar o seu lugar quando Sócrates for, uma vez mais, re-eleito.


A situação complica-se e o meu voto de dia 5 divide-se. E na cabeça dos portugueses, como muitos já disseram, não pode estar uma sede de vingança a José Sócrates mas tem que estar, forçosamente, a ética e o bom senso de colocar a mão na consciência e pensar o que será melhor para o país e para nós próprios. O que será mais justo e correcto. O que será mais certo e o que levará este país a não cometer erros sucessivos como os dos últimos 20 anos. Quem é o responsável, ou responsáveis torna-se irrelevante para esta questão. Õlhar menos para o passado e tentar resolver os problemas presentes pensando num futuro para este país. Com ou sem ajuda. Com ou sem a Troika. Porque quem vai ter que levantar o país somos todos nós, através do nosso trabalho, do nosso dinheiro e da nossa vontade em participar e ajudar. Porque não nos podemos iludir, todos nós também temos a culpa do país e das suas instituições estarem no estado em que estão. Comprámos as ilusões que os outros criaram. Fomos tão enganados como o vizinho e tão crédulos que estava tudo bem que não nos importámos com os avisos e as chamadas de alerta constantes.

E por isso peço que votem com bom-senso, que é algo que falta a todos nós, de algum tempo para cá.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Que Viva España!!!!

A Alegria tem destas coisas. Vivi em Madrid tempo suficiente para trazer o seu Real clube no coração. Hoje, Mourinho e companhia, fizeram.me sentir uma alegria tremenda. Pode ser o início do fim deste reinado do Barcelona. Só Mourinho consegue estas proezas. Ao mesmo tempo que os jogadores se abraçavam em campo, os adeptos do Real Madrid cantavam a união da nação contra o egoísmo catalão: "…que viva España…"

domingo, 17 de abril de 2011

Anda tudo trocado!

Agora é a vez do PS de reagir à nomeação de Fernando Nobre, por parte do PSD: Basílio Horta é o cabeça de lista do PS por Leiria.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Agitação e meditação.



Mais uma vez Medina Carreira abordou, na SIC Notícias, a situação política e financeira em que o País se encontra. Segundo o próprio, este descalabro nacional surgiu, acima de tudo nos últimos 30 anos, pela divergência das despesas do Estado e do fraco crescimento da Economia nacional.
Num país que não sabe "fazer contas", mas em que as famílias são obrigadas a fazê-las diariamente em detrimento do Estado. Enganados pelos aumentos sucessivos das pensões, dos subsídios e dos salários, as famílias passaram a gastar ou que, na realidade, nunca tiveram.
O curioso é verificar que, tanto Medina Carreira como tantos outros especialistas na matéria, desde o ano passado que defendiam e avisavam do estado "calamitoso" do País e das suas Finanças, pelo que advogavam por uma intervenção externa.

Triste Fado, o Nosso!

Numa rua de Lisboa, existe este triunfo de um discurso político de um "iluminado" que viu o futuro do seu país antes de toda a gente.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Isto não está a correr como planeado.

Segundo noticia do Jornal I, Pedro Passos Coelho já endereçou uma série de convites a militantes e figuras de destaque do PSD, e não obteve os resultados que esperava. Primeiro foi a Manuela Ferreira Leite a declinar o convite para encabeçar a lista do partido às legislativas pelo círculo de Lisboa. Depois sucederam-se Marques Mendes que não não aceitou por se achar "fora da vida política" (eu pergunto o que faz ele, então, na TVI24 a comentar a actualidade política todas as semanas?).

Ainda ontem davam conta da recusa de António Capucho, que há quem diga que vê em Sócrates um exemplo a seguir (...) e hoje mesmo, foi a vez de Luis Filipe Menezes.
O que isto significa é que é cada vez mais claro a falta de apoios que gera esta liderança de Passos Coelho. Tentou ir buscar ex-líderes do partido de forma a dar forma e sentido ao seu projecto e não está a resultar. Daí que parece quase uma consequência disso a escolha errada de Fernando Nobre para o cargo que foi designado. Será que mais nomes se seguirão nesta lista de "negas" ou iremos avançar para mais nomes de "outsiders" e auto-intitulados "independentes"?

O Governo que nos espera.

Qualquer que seja a cor do partido que vencer as próximas Eleições, iremos ter, inevitavelmente, um Governo recheado de coligações e acordos eleitorais. Não porque os portugueses assim o ditaram, mas porque os políticos assim o decidiram.

Vai ser uma coligação forçada por aqueles que não a querem fazer e por outros que queriam o poder por absoluto e não os deixaram.

Iremos ter um Passos Coelho ou um Sócrates (de novo...) mas daí não deveremos desviar-nos muito mais. Um único partido pode aspirar a algo mais: o CDS. Com isto não quero dizer que seja positivo haver um único partido capaz de albergar votos suficientes para entrar nalgum tipo de diálogo e de coligações que, raras excepções, não resultam ou resultam mal.

O grande dilema dos eleitores vai ser decidir se existe alguém capaz de "revolucionar" sem manifestações ou greves. Alguém capaz de gerar "rupturas" sem implodir um país até à sua bancarrota. E, verdade seja dita, se não há dinheiro para fazer cantar o cego, porque é que haveria de haver para criar revoluções e rupturas históricas num país em que as tradições estão enraízadas na sociedade. Penso que a alternativa passa sempre por realizar essas rupturas moderadamente, sem oscilações de maior, para não provocar um tsunami político-social que pode surgir de qualquer sector social, empresarial, político ou económico deste país.

Mas pergunto eu se o facto de não haver dinheiro para nada não é sintoma de que estamos já a viver uma qualquer fase revolucionária? Porque tendo em conta as últimas décadas, tenho a sensação de que vivemos, até agora, em total abundância de meios e a passividade dominou Portugal de uma ponta à outra das classes sociais deste país.

Será mesmo necessário isto?

Hoje o DN noticia o seguinte: "...Quem recusar responder aos Censos pode mesmo acabar com a polícia à porta. É que essa é uma das opções dos delegados municipais, depois de esgotarem todas as vias diplomáticas. Mesmo assim, a polícia limita-se a identificar os infractores e enviar essa informação para o INE. É que apesar dos Censos serem de resposta obrigatória, segundo a lei, e de os que recusarem colaborar poderem ser multados, o INE nunca aplicou uma coima e diz que não tenciona começar a fazê-lo agora. "Muitas vezes só o facto do recenseador chamar o supervisor já ajuda a desbloquear a situação", explica um coordenador."


Que raio de país este em que uma pessoa não pode escolher, de livre vontade, responder, ou não, a um inquérito que é uma invasão da privacidade de cada cidadão português. Isto há com cada preocupação neste país...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vai em frente Zé!

"…Acho que o balanço do Congresso do PS é extremamente deprimente. O Congresso do PS resumiu-se a uma espécie de hino: Vai em frente Zé! Tirando Jaime Gama e Ana Gomes ninguém fez reflexões sobre os erros próprios."
Miguel Sousa Tavares in SIC.

O nosso pequeno ponto azul.

"...É a nossa casa. Somos nós. Neste ponto, todos aqueles que amamos, todos aqueles que conhecemos, de quem ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas.

Toda esta mistura de alegrias e sofrimentos, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas económicas, todos os caçadores e saqueadores, todos os heróis e cobardes, criadores e destruidores de civilizações, seus reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, “super-estrelas”, “líderes supremos” de uma qualquer seita, santos e pecadores da história da nossa espécie, ali - num pequeno grão de poeira suspenso num raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno numa imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fracção deste ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de algum outro canto e nos seus frequentes conflitos, na sua ânsia de recíproca destruição e nos seus ódios ardentes.

As nossas atitudes, a nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no universo, tudo é posto em dúvida por este ponto de luz pálida. O nosso planeta é um ponto solitário na grande escuridão cósmica que a circunda. No meio da nossa obscuridade, no meio de toda esta imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós próprios.

A Terra é, até agora, o único mundo conhecido que abriga a vida. Não há nenhum outro lugar, pelo menos num futuro próximo, para onde a nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Estabelecer-se, ainda não. Goste-se ou não, no momento a Terra é o nosso lugar.

Tem-se dito que a Astronomia é uma experiência que forma o carácter e ensina a humildade.

Talvez não exista melhor prova das loucuras da vaidade humana do que a distante imagem do nosso minúsculo mundo. Para mim, sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos com mais bondade uns com os outros e a capacidade de preservar e amar este pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.”

O Fim da Banca Personalizada?

Por vezes...Palavras para quê?

O Perigo que vem de fora está cá dentro.

O risco era grande. Já todos o sabíamos e andámos a adiar. Numa típica atitude portuguesa íamos refreando as nossas preocupações com um típico ditado português: "não deixes para amanhã o que podes fazer hoje". Mas agora é fácil encontrar pessoas à nossa volta que dizem que não havia alternativa, que é uma humilhação nacional, que é uma inquietação para o futuro deste país, etc...

José Sócrates quis adiar a entrada da ajuda externa até não poder mais e apenas quando os Bancos se renderam, decidiu abrir os olhos e admitir que precisava de negociar a sua rendição, porque é disso que estamos a falar. Já passou o tempo em que estávamos em posição de dialogar, negociar e ser intransigentes com as nossas necessidades. Já passou o tempo porque este Governo não quis admitir a derrota. Uma derrota que nunca seria encarada como tal pois haveria tempo para tudo. Hoje já não. Seremos submetidos a todo o tipo de obrigações e de nada serve agora pedir ao Presidente da República e a todos os partidos que intervenham quando esses não vão conseguir mais do que adiar o inevitável, medidas extremas de austeridade.


Serão cerca de 79 mil milhões de euros de ajuda externa, que só será "emprestado" mediante cortes brutais no Orçamento de Estado, Privatizações de certas Empresas e Sectores do Estado, e profundas Reformas no Mercado Laboral. Mas isso, só daqui a um mês teremos novidades. Até lá iremos viver num "limbo" de grande indefinição política e económica, sem saber bem o que esperar e sem saber se não agravamos ainda mais a situação através de crédito mal parado, através de pagamentos em atraso na Função Pública ou através de cortes antes de qualquer negociação com o exterior.


Acima de tudo, esta indefinição de Portugal até às Eleições terá que servir para um único aspecto que os portugueses começam agora a deixar transparecer e que os Políticos tanto temem: que é o verdadeiro responsável desta situação calamitosa em que nos encontramos? De que lado vai pender a culpa e de que lado vai pender a balança do poder?


Depois das inevitáveis eleições iremos ver muita gente estrangeira de fato e gravata com grandes malas e com grandes recibos e facturas pelos corredores das Empresas Públicas, dos Ministérios e de todas as Instituições que podem ter contribuído para este descalabro. E só depois ficaremos a saber o mais importante para os portugueses: quais serão as taxas de juro aplicadas? quanto tempo teremos para pagar o que devemos? que taxas ou impostos iremos pagar a mais? que medidas serão tomadas para que a economia retome o seu rumo e possa crescer num futuro próximo?


No entanto, existe um aspecto fulcral na comparação entre Portugal e países como a Grécia. Vamos esperar impávidos, mais uma característica típica dos portugueses. Não haverá pilhagem, não haverá manifestações, não haverá violência nas ruas. Seremos iguais a nós próprios e vamos respeitar desrespeitando quando pudermos, porque se há coisa em que somos bons é em encontrar "subterfúgios" onde não somos acorrentados nem espremidos por regras, normas ou leis impostas por outros. Somos tão bons nisso que é pena não haver uma profissão nessa área. Seríamos donos do mundo.


Como podemos nós negociar esta ajuda? Pois bem, a maior dificuldade é admitir que outros países ainda podem seguir a mesma via. Espanha e Itália num futuro próximo. E países como França e Alemanha podem iniciar certas propostas de retirada desses países da zona Euro, ou mesmo, retirarem-se eles próprios da moeda única. Seria catastrófico e seria o fim de uma era. O fim de uma ideia e o juízo final para todos os países que compõem a Europa. Existe, no entanto, um ponto de comparação: Inglaterra mantêm-se fora da União Europeia e sofre o que os outros estão a sofrer, e não poder ser apenas pela questão da proximidade. A negociação de Portugal tem que passar, obrigatoriamente, por entender que todas as economias são diferentes e que as necessidades de uns não são as necessidades de outros, pelo que, Portugal não tem que ter as mesmas medidas que sofreram a Irlanda ou a Grécia. Aqui existem pontos de ligação mas também existem aspectos únicos e singulares. Tem que existir a ideia de defender o Euro e para isso é preciso fazer ver aos que emprestam (França, Alemanha ou Holanda) que os que necessitam (Portugal, Irlanda e Grécia) são, ou poderão ser, tão importantes para a Economia Global como eles.


Vivemos, pois, na globalização em todas os aspectos: positivos e negativos. Não aceitar a derrota ou não aceitar as ajudas existentes é uma decisão que se paga mais tarde com grandes repercussões, como se está a ver. Pedir ajuda apenas quer dizer que se quer melhorar ou que está mal. Não compreendo, até hoje, a posição autoritária e egoísta deste Governo. Mais parece teimosia que eficácia política. E nisso, o ainda nosso Primeiro-Ministro, é rei e senhor.

É sempre a mesma cantiga.

Chega-me hoje ao conhecimento que para se ser eleito Presidente da Assembleia da República há que ir a votos. Isto é, 14% não vão chegar para eleger Fernando Nobre. Vai ser preciso que o CDS embarque na "cantiga", e toda a gente conhece as dificuldades de negociação de Paulo Portas. O que é que lhe poderão oferecer...

domingo, 10 de abril de 2011

Já cheira mal…tão cedo?

De facto, a informação, à velocidade que anda, faz as pessoas pensar e opinar de forma mais rápida e célere. Mais uma vez, o caso Fernando Nobre.

Foi ele que, com 600 mil votos, disse ser apartidário, não apolítico. Foi ele que agora, pelos vistos, defraudou quem votou nele. Acreditaram que dali viria a surgir um movimento, até mesmo, porque não, um partido. Não foi assim. E à primeira piscadela política, Nobre saltou para o barco, com ele já em movimento. "Assim não vale…", como diria um amigo meu.

Não ponho em causa a sua vontade de querer mais. De até mesmo, poder acreditar na mudança. O pensamento do PSD esteve na base da escolha: ora um candidato capaz de retirar votos à esquerda como ele fez pode ser uma arma poderosa. Mas nunca poderia sê-lo como segunda figura de Estado. De facto, a forma não foi a melhor. O veículo também não. E o condutor enganou-se no passageiro.

Assim, vale a pena dizer que as intenções não contam, nem em dia de eleições. É pena Sr. Passos Coelho. E assim se perdem batalhas (não a guerra, apenas batalhas).

Primeira Abordagem

Faço minhas as palavras de Fernando Nobre.

"...Todos sabemos que a partir da terceira fila ninguém fala. Precisamos de deputados bem formados, aguerridos, que façam boas leis e que representem o nosso Estado"

Como é que se inicia esse processo?

"...a redução da representação na Assembleia da República para 100 deputados."

Nota 1: Portugal tem uma média de 2,16 deputados por cada 100.000 habitantes. Em países como a Holanda, França, Espanha e Alemanha esse número anda abaixo de 1 para cada 100.000 habitantes.

E como é que envolve a Sociedade na Política actual?
"...criação de um «Conselho de Estado (informal) da Juventude», como forma de mobilizar, incentivar e levar os jovens a acreditar que há um futuro neste país."

Nota 2: Continuo a concordar com o ideal mas não com a pessoa escolhida.

Existe um antes e um depois.

Será possível existirem críticas ao convite de Pedro Passos Coelho a Fernando Nobre? Será possível não perceber que a vontade de ter representado um indivíduo auto-denominado "independente", sem qualquer filiação partidária numa Assembleia da República cada vez mais a falar em uníssono, pode ter um significado especial?

Acredito que sim, embora tenha as minhas reservas. Acredito que se pode criticar na base da assunção de que um elemento que se candidata às últimas Eleições Presidenciais deste País, tendo por definição própria a total independência de qualquer partido cria, no mínimo, um certo "mal-estar" entre certos elementos dos 14% de votantes que acreditaram na palavra cívica deste senhor. Acredito que se possa entender esta aceitação por parte de Fernando Nobre, como um fechar de olhos à sua independência, embora não se deva.

Isto porque, não será a primeira vez, mas certamente será bom recordar que a nossa Assembleia da República tem muito pouco de nossa, enquanto elemento da sociedade civil. Existe o respeito pela Instituição mas pouco ou nada pelos seus representantes. Existe o respeito pelo seu trabalho e pelas suas imposições (ou Decreto-Lei) mas pouco pelo trabalho que efectua à Sociedade em geral. Pelo que, parece-me a mim, urge uma certa necessidade de reforçar certos elos de ligação e, até mesmo, criar novas interligações com as Gerações que hoje enfrentam certos e determinados problemas correntes com que nos deparamos nos meios de comunicação do costume. Pessoas essas que ontem não tinham porquê se manifestar mas que hoje, se vêem em mãos com uma necessidade de criar um certo "ruído" através das paredes e das salas desta Assembleia.

Não quero com isto, defender ou apoiar certos partidos ou certas tomadas de atitude que se canalizaram nos últimos dias. Com isto, parece-me apenas importante o gesto. E o gesto é meio caminho andado para um resultado. Pode ser ele positivo ou negativo, apenas o tempo o dirá. Mas no caso de Fernando Nobre, os seus 14%, podem não ser suficientes para trazer a cidadania de volta à Assembleia, pois dessa percentagem (ainda que expressiva) não acredito que nem metade seja "arrastada" para esta decisão firme, contundente e corajosa.

E talvez corajoso seja, neste momento, o adjectivo que melhor encaixa em Passos Coelho. Refiro-me apenas a ele, pelo fraco "respaldo" que o PSD continua a oferecer. Parece não acreditar. Parece não querer. E se o partido não quiser, não ilusão que se possa vender para levar de vencido um Homem, que do outro lado da barricada, se instalou e dali ninguém o tirará, jamais.

Fernando Nobre, acima de tudo, para mim, não representa o nome mas sim o ideal. Não representa a escolha certa, mas representa o caminho pelo qual este país terá agora que escolher. Entre uma direita aberta a dialogar com a Sociedade, ou uma Esquerda que não olha a meios para atingir os seus fins, mesmo que esses possam ser meritórios (o que não é o caso).

E por isso, finalizo deixando no ar uma questão: será este o caminho que levará o PSD ao sucesso, ou estamos perante a eminência de um voto perdido? Daqui a menos de 2 meses se saberá o peso deste convite. Mas para já, uma coisa ninguém lhe tira, a coragem de criar clivagens onde não existiam. Será que eram necessárias? Do meu ponto de vista, eram obrigatórias.

No Último Suspiro da Noite.

Hoje tive a vontade de vir a ouvir no carro, anos após a sua edição, o disco dos Radiohead "OK Computer". É um disco soberbo e dei por mim o caminho todo, de janela descida a colocar cada faixa cada vez mais alto e a cantar ao mesmo tempo. Dei por mim a gozar mais a vida e a manhã que se avizinhava. Dei por mim feliz por muita coisa que se passa na minha vida, actualmente, apesar de toda a crise, a desgraça e de toda a depressão em que o país vive actualmente. Dei por mim a pensar na razão de termos chegado a este ponto na nossa vida, um ponto que se espera que seja sempre de viragem e nunca o é.

Um ponto em que a clivagem entre as classes sociais se vá desmorecendo sem recorrer a "armas artificiais" para nos equipararmos à galinha da vizinha, como recorrer constantemente ao crédito. Arranjámos forma de nos colocármos à frente uns dos outros, comprando o que não podíamos e julgando, com isso, que nos traria felicidade e que iria completar o simples facto de termos o último modelo da Bimby, o maior ecrán plano que existe na Worten, uma mala da Louis Vuitton que aquela senhora tem, ou ter um relógio de pulso mais valioso e maior que o meu chefe.

Arranjámos forma de nos iludir com as ajudas dos bancos, em créditos que à medida que o tempo passava não nos víamos livres de os pagar, meses sem fim deste calvário e nós a precisarmos do dinheiro para algo bem mais importante, como para pagar a luz ou para comprar comida. Estes efeitos sentimos agora mais que nunca. Estes efeitos iremos sentir nos próximos anos e não vamos aprender com esse erros. Porque o ser humano foi feito para errar, para cair, de vez em quando levantar-se, aprender com esses erros mas não consegue, passados tantos anos de evolução humana ainda prever esses erros e desviar-se deles quando nos aparecem no caminho.

Pressionam-nos para cometer erros todos os dias, e não é por isso que erramos todos os dias da nossa vida. Daí que a conclusão que tiro não é que o ser humano, e neste caso a sociedade e as famílias portuguesas, têm que mudar os seus habitos e as suas mentalidades que se formaram nestas últimas duas décadas de opulência. Não. O que há que alterar são as formas de criar e fomentar o negócio, em especial no sector da Banca. Antigamente entrar num Banco era entrar numa instituição centenária, repleta de pessoas com bom aspecto, dinheiro e um certo desdém por quem não o tivesse. Há que admitir que os Bancos eram sítios inóspitos para qualquer não cliente e mesmo para quem o fosse. Vestiamo-nos a rigor no dia em que lá íamos fazer um depósito e tinhamos até receio de qualquer levantamento, dadas as circunstâncias em que nos colocávamos.

Essa visão, ao longo dos anos, de austeridade, rigor e afastamento do cliente em relação aos banqueiros deixou de existir. Criou-se uma espécie de promiscuidade entre cliente e bancos. Criou-se uma proximidade que só trouxe problemas a ambos os lados. Os Bancos passaram a ter que investir tudo o que tinham em atrair os seus clientes e em fidelizá-los e investir tudo o que não tinham em atrair pessoas que não fossem seus clientes. Uma luta desenfreada por aberturas de contas, uma luta entre Bancos e com isso perdeu credibilidade, perdeu rigor e perdeu crédito junto aos seus clientes mais dignos e fiéis que deixaram de acreditar nas faculdades de pagamento de um Banco que se desviou dos seus ideias e, literalmente, se vendeu. Já para os clientes a situação não foi melhor e estamos, finalmente, agora a ter a verdadeira noção dos erros que cometemos ao escolher este ou aquele Banco para guardar ou investir os nossos mealheiros. Tornámo-nos escravos desses Bancos ao seguir à risca tudo o que nos cobravam sem questionármo-nos da sua validade. Impostos e taxas cobradas por qualquer investimento ou crédito cedido com a maior das facilidades. E hoje estamos a receber a factura desta perda de valores. Tanto nossa, enquanto sociedade civil, como das instituições pelas quais depositámos tantas esperanças em relação ao nosso futuro.

O país está em bancarota. Encontra-se numa situação em que a volta a dar, como disse antes, passa por mudanças no sector público e privado da forma de realizar negócios. Na forma de fidelizar e criar confianças que se perderam com atitudes de pessoas inconscientes e irresponsabilizadas. E é essa falta de responsabilização da nossa Sociedade que nos leva a aceitar qualquer acto ilícito como um acto de rebeldia desculpável por todos, inclusive pelos Tribunais, Advogados e Juízes deste país. Ninguém é culpado, em especial. Somos todos. É uma ideia errada. É uma ideia de desresponsabilizar o culpado.

Com isto tudo, o que mais gostaria de focar era o aspecto que o país vai entrar em campanha eleitoral e, consequentemente, em eleições. Os ataques dos partidos, dos políticos e dos cidadãos votantes já começou. E nada traz de positivo. Ataques que, numa altura crítica como esta, só ajudam a criar uma onda de crispação que não resolve problemas conjunturais da sociedade criados, em grande parte, por estes senhores e pela sua falta de rigor e a sua capacidade de nos desapontar. E por isso eu pergunto-me se uma solução viável, sem existir de facto nenhuma, não seria fazer uma campanha idealista. Uma campanha em que um partido, mas acima de tudo, um candidato tivesse a capacidade única de se abstrair e ignorar esses ataques pessoais que certamente vão existir ao longo destes dois meses e focar toda a sua energia num discurso de positividade e, daquilo que o Brasileiros chamam de "puxar para cima". Criar condições para não mentir nem vender ilusões, não criar falsos cenários futuros e dizer a verdade, puxando pela criatividade e pelo engenho de um País que está à tempo demais com a corda na garganta e com o espartilhos apertado de tal forma que, como tudo, tem que sair por algum lado e torna-se inadmissível que valores tão seguros da nossa juventude tenham que emigrar dando a outros o orgulho que aqui não lhes atribuímos.

E quando, como no meu caso, decidimos voltar, esse trabalho feito no exterior é tão ou mais importante que o rapaz da entrevista anterior ter feito uma pós-graduação em sabe-se lá o quê e na faculdade de não sei onde. Esta campanha tem que ser atacada de forma a chamar as pessoas para a rua. A acordar quem se deixou adormecer à frente da televisão e dos debates infindáveis da TVI24, da SIC Notícias ou da RTPN. Dos programas que nos formatam a pensar uma coisa quando o que queremos é outra. Dos prós e contras deste mundo que não dão soluções e só servem para, dia após dia, até às tantas da noite, estejamos sentados no sofá de casa a ver uma figuras na televisão falar da situação e não consiguamos nós decidir qual o futuro que queremos para este país.

E quando nos dão as armas para o fazer decidimos ficar em casa e não participar, para nos dias seguintes criticar quem foi eleito pelas minorias que decidiram criar do voto a sua arma. Há que chamar a atenção dos mais jovens que o país não pode crescer sem eles. Que eles têm que servir de alavanca para este país. E garantir que não os vamos deixar sair porque não lhes demos valor, mas porque eles assim o quiseram realmente. Não vale criar jovens com ilusões saídos das inúmeras faculdades do norte ao sul do país para lhes fecharmos portas no mercado de trabalho ou lhes indicarmos que a porta de saída fica do lado de lá da fronteira. A depressão da sociedade tem que ser discutida para ser remediada e evitada. E um discurso forte, repleto de formas de encarar o país como ele sempre foi e as suas capacidades de levantar-se do chão é mais que importante, é um dever de qualquer político.

O país não é feito de decisões políticas. Não pode ser. O país somos todos nós, os que trabalhamos, os que temos famílias, os que temos filhos, os que pagam os seus deveres, os seus impostos e os que recebem justamente pelo que trabalham. O país somos todos nós e somos nós que decidimos esse futuro. Há que salientar o facto das pessoas trabalharem com sonhos em mente, com objectivos a atingir. Há que referir que o sector público existe para garantir estabilidade ao país através das suas instituições, empresas e empregados e não para trazer instabilidade através dos seus ordenados injustos, dos seus trabalhadores conformados e dos seu trabalho limitado pelas despesas do Estado.

Há que lembrar as pessoas que o País tem que oferecer o melhor do Turismo através do impulso à sua gastronomia, dos seus museus, dos seus vinhos, dos seus queijos, dos seus lugares únicos e belos. Capaz de multiplicar o número de turistas que vêem ao nosso país e que se maravilham com as riquezas que temos para oferecer e que se preguntam sempre como é possível não sermos melhores, maiores e termos mais projecção. Somos sempre o tesouro mais bem escondido da Europa. Não quero ser mais escondido. Neste país fala-se pouco do empreendorismo de certos indivíduos e das suas capacidades de criar empresas sem ajudas. São essas pessoas que têm que ser mostradas à sociedade em geral, e dizer com todas as letras que em cada um de nós existe um ser com capacidade para muito mais, para produzir mais, para trabalhar mais, para oferecer a sua voluntariedade, para oferecer o seu tempo a causas maiores, para recorrer fundo a capacidades que, por vezes, nós próprios desconhecemos.

É em situações de dificuldades que o Ser Humano cresce e se revela. Têm-nos facilitado a vida desde o momento em que nascemos mas foi sozinhos que aprendemos a andar. Pode ser, no fim de contas, apenas a minha visão "romântica" do assunto, mas acredito realmente que o elogio leva-nos a ser melhores trabalhadores e melhores seres humanos. E sem querer criar paralelos nas situações, foi o que fez Barack Obama ao apelar ao sentimento e à crença num futuro melhor na sua fabulosa campanha eleitoral. No dia da sua eleição, todos os americanos estavam convictos de que podiam participar com a sua cota parte para um país mais forte e uma sociedade melhor. Seguramente, no dia seguinte foram trabalhar com uma energia única e irrepetível.

É esse tipo de alavanca que os Portugueses precisam. Mais confiança nas suas capacidades. Mais honestidade connosco próprios. Maior rigor no trabalho de cada um. Mais alegria na vida, desde o início do dia até ao último suspiro da noite.