quarta-feira, 6 de julho de 2011

Contribuir, para quê?

O governo vai extinguir o chamado "Comité de Estratégia" da Empresa Pública CTT Correios de Portugal. Este Comité foi descoberto pela Comissão de Trabalhadores e relatado este facto à Inspecção-Geral das Finanças, ao primeiro-ministro e ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações apontando para uma gestão danosa por parte da administração dos Correios. A liderança deste Comité era feita pelo ex-Presidente da instituição, Luís Nazaré.

A extinção deste Organismo vai permitir ao accionista, neste caso o Estado, poupar mais de 130 mil euros por ano, o que representa 15% da remuneração anual fixa dos órgãos sociais da Empresa CTT: "...Parece-nos haver fundamentação suficiente que justifique a extinção do comité de estratégia dos CTT", revela um documento assinado, nada mais nada menos que pelo ex-Secretário de Estado Paulo Campos, envolvido em escândalos recentes junto desta empresa como o branqueamento de um CV por parte de um administrador e da introdução de vários amigos/colegas na mesma instituição.

Este comité de estratégia foi criado em Julho de 2008 - altura em que Luís Nazaré deixou a Administração da empresa, dando lugar a Estanislau Mata da Costa n(entretanto já demissionário) - e é composto por um Presidente e dois Vogais. O primeiro recebe um vencimento de 3.565 euros por mês e cada um dos vogais ganha 2.860 euros.

A decisão de extinguir este comité teve por base as conclusões da auditoria realizada pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) que indicavam que deveria "ser equacionada a reestruturação orgânica dos CTT, em linha com a orientação expressa na resolução de Conselho de Ministros de 4 de Janeiro que prevê a redução de 20% do número dos membros dos órgãos de administração, chefias e estruturas de direcção. Essa racionalização evitaria a duplicação de funções e o acréscimo de custos dela decorrente". Esse relatório vai, ainda, mais longe e propõe a extinção do tal Comité de Estratégia "...no âmbito das medidas tendentes a uma redução dos custos operacionais da empresa e no âmbito das orientações estratégicas definidas para 2011".

Esta auditoria realizada pela DGTF pretendia analisar as funções deste organismo e verificar se o mesmo se encontrava sustentado em critérios de economia, eficiência e eficácia. Contudo, a auditoria concluiu que, tendo em conta os dados disponibilizados pela empresa, não foi possível "retirar conclusões quanto às vantagens ou não da existência do Comité de Estratégia e quanto à justificação do seu custo".

Apesar de reconhecer a importância dos temas que este organismo iria abordar - analisar novos projectos de internacionalização (Angola), criação de um modelo de negócio para os serviços financeiros em alternativa ao banco postal (novo modelo institucional sem licença bancária) e desenvolvimento de um modelo orgânico e operacional para a futura unidade de serviços partilhados - a auditoria admite que pode existir duplicação de funções na empresa do Estado, já que os CTT contam também como uma direcção de estratégia e desenvolvimento.

Os Correios dizem, no entanto, que "as funções desenvolvidas por cada uma destas estruturas são distintas e visam objectivos substancialmente diferentes, não se verificando qualquer sobreposição de funções".

Fonte: Jornal I

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